15 de Fev de 2022 - 2 min

Pacientes oncológicos obtém importante vitória no SUS: aprovado o uso de HIPEC

A incorporação da cirurgia de citorredução com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica oferecerá mais qualidade de vida
Pacientes oncológicos obtém importante vitória no SUS: aprovado o uso de HIPEC

Foi aprovada na última semana a incorporação da cirurgia de citorredução com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) em pacientes com Mesotelioma Peritoneal Maligno (MPM) e Pseudomixoma Peritoneal (PMP) no SUS pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC).

 

A aprovação aconteceu após um longo processo, que incluiu uma consulta pública realizada em novembro de 2021.

 

“É uma grande vitória essa aprovação no SUS, um avanço na saúde pública do país. Com a inclusão, pacientes com estas doenças que não possuem plano de saúde ou condições para arcar com os custos deste tratamento, agora terão acesso”, afirma Dr. Arnaldo Urbano Ruiz,  cirurgião geral e oncológico, coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP.

 

De acordo com o protocolo aprovado, a realização da cirurgia de citorredução com HIPEC no âmbito do SUS poderá ser realizada nas unidades de saúde que disponham de capacidade de monitoramento adequado dos pacientes tratados, visto que se trata de um procedimento complexo, com necessidade de envolvimento de vários setores hospitalares e, principalmente, pelo risco considerável de morbidade e mortalidade.

 

Assim, a resolução destaca que o serviço deverá viabilizar os meios necessários, incluindo equipe multiprofissional formada por cirurgiões oncologistas especialistas no procedimento, além dos demais profissionais envolvidos no tratamento, tais como oncologista clínico, patologista, anestesista com expertise em cirurgias oncológicas avançadas; radiologista intervencionista; endoscopistas, entre outros.

 

HIPEC

A quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) é uma técnica de quimioterapia quente no abdome no intra-operatório, que teve início na década de 1980, desenvolvida pelo cirurgião norte-americano Dr. Paul H. Sugarbaker.

De acordo com o Dr. Arnaldo Urbano, o procedimento é realizado em associação com a cirurgia de citorredução (CRS) e representa um grande avanço no prognóstico e sobrevida dos doentes acometidos por tumores abdomino-pélvicos que evoluíram para a carcinomatose peritoneal.​

“Com a administração de HIPEC, são conseguidas concentrações muito superiores de quimioterápico na superfície peritoneal do que quando o tratamento é administrado de forma sistêmica, endovenosa”, explica.​

A HIPEC consiste numa perfusão uniforme e em grande concentração de quimioterápicos na cavidade peritoneal, cuja ação é potencializada pelo calor de 41°C a 43°C por 30 a 90 minutos (a depender dos quimioterápicos usados), de forma a erradicar a doença microscópica residual e consolidar os resultados obtidos.

“Esta técnica vem permitindo a muitos pacientes a cura da carcinomatose, ou proporcionando sobrevidas muito mais longas”, conclui.


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