25 de Jun de 2021 - 3 min

Câncer de peritônio: a importância do diagnóstico precoce

Uma doença rara, portanto, de difícil diagnóstico, que precisa ser diagnosticada com precisão, para que o correto tratamento seja iniciado o mais breve possível
Câncer de peritônio: a importância do diagnóstico precoce

O peritônio é a membrana que reveste a parte interna da cavidade abdominal e recobre órgãos como o estômago e os intestinos, reto, bexiga e útero. Toda essa camada é rica em vasos do sistema linfático, que funcionam como sistema de defesa do organismo.

Segundo o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião geral e oncológico, especialista neste tipo de câncer, ele pode ser classificado em carcinoma primário de peritônio ou mesotelioma, quando se origina no próprio peritônio, ou secundários.


“Os primários, são mais raros. Geralmente são diagnosticados os secundários, que se iniciam em algum órgão da região, sobretudo cólon, ovário, útero, apêndice, estômago, pâncreas, intestino, mama ou endométrio e se disseminam para o peritônio”.

Sintomas


O câncer do peritônio pode ser totalmente assintomático. No entanto, dor abdominal, diarreia, náuseas, aumento da circunferência abdominal, ascite (fluído no abdômen), febre, perda de peso, fadiga, perda de apetite, anemia e distúrbios digestivos podem indicar a doença.

 

Na presença de um ou mais dos sintomas descritos, Dr. Arnaldo orienta que é muito importante procurar um médico especialista para um diagnóstico preciso.

 

 Tratamento

 

O tratamento para um câncer varia muito conforme a localização do tumor, o estado de saúde do paciente e, também, o tempo decorrido entre o início da doença e o diagnóstico.

A cirurgia é uma das possibilidades, que será avaliada pelo médico conforme cada caso.


“A complexidade varia, e pode ser alta, como o a carcinomatose peritoneal. Neste caso, a cirurgia é extremamente agressiva e de alta complexidade, comparada a transplantes de órgãos”, explica.


Para a carcinomatose peritoneal é realizada a cirurgia de peritoniectomia (ou cirurgia citorredutora), com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC). O procedimento consiste em retirar todo o peritônio doente e, se necessário, retirar outros órgãos e aplicar quimioterapia.

Alguns casos de câncer de cólon e estômago, pseudomixoma peritoneal, câncer primário de peritônio e ovário também podem ser tratados com essa técnica.

 

De acordo com o Dr. Arnaldo, conforme a origem da carcinomatose, pode também ser indicada a cirurgia citorredutora e HIPEC. “Porém, há casos em que apenas há indicação de cirurgia citorredutora sem HIPEC”.

Seja qual for o tratamento indicado pelo médico, é importante que seja realizado em centros com experiência nos procedimentos, localizados em hospitais referenciados, com uma equipe multidisciplinar especialmente treinada para estas situações. Além de UTI e centro cirúrgico devidamente equipados, são necessários, na equipe, cirurgiões, cardiologistas, clínicos, instrumentadores, anestesiologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos preparados e habilitados para cuidar destes pacientes.


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