Atualização médica: a importância da busca por capacitação em cirurgia oncológica
O cirurgião geral e oncológico Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião
geral e oncológico, coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da
Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP, acaba de receber o certificado de
conclusão do curso Tratamento Cirúrgico da Carcinomatose Peritoneal em Câncer
de Ovário Avançado, realizado em 8 de junho, no Hospital Universitário Vall
d’Hebron.
A atividade é acreditada pelo Conselho Catalão de Formação
Continuada de Profissionais Sanitários, vinculada ao Sistema Nacional de Saúde
espanhol.
Mesmo
sendo um dos principais especialistas em Carcinomatose Peritoneal do país, o
Dr. Arnaldo segue em busca de atualização profissional, sempre observando a
prática de colegas que atuam em países nos quais a medicina oferece as mais
avançadas técnicas e infraestrutura.
“A cirurgia para a carcinomatose é extremamente agressiva e de
alta complexidade, sendo comparada a um transplante de órgãos”, explica o
cirurgião.
Por isso, as técnicas e os profissionais deve estar em constante
capacitação, e os procedimentos, sempre que possível, devem ser realizados em
hospitais de referência, especialmente no caso do tratamento da carcinomatose, pois
o prognóstico pode ser bem diferente.
“A cirurgia para tratamento da carcinomatose peritoneal tem o
objetivo de retirar toda a doença, o que pode levar muitas horas. Depois disso,
o paciente passa alguns dias na UTI e depois segue internado por mais algum
tempo, até a alta hospitalar.”
Constante
capacitação
O Dr.
Arnaldo está sempre em busca de atualização, nos principais centros de
referência mundiais. Outra experiência importante, realizada em outubro de
2021, aconteceu em
Sant Joan Despi, província de Barcelona. Na oportunidade, o Dr. Arnaldo
participou de um mini-fellow ao lado de um dos principais especialistas
mundiais no tratamento de metástases peritoneais, o Dr. Pedro Barrios Sanchez,
chefe da Unidade de Cirurgia Oncológica Peritoneal do hospital.
A iniciativa integrou o Programa RanDAcademy, oferecido a
profissionais de saúde já com experiência na área, que participam da rotina da
instituição, acompanhando cirurgias, observando os protocolos e atualizando
conhecimentos. O principal objetivo foi aperfeiçoar ainda mais
o tratamento de seus pacientes no Brasil, oferecendo melhores resultados e mais
qualidade de vida.
Também na Europa, desta vez na
Inglaterra, em 2019, o Dr. Arnaldo participou do atendimento de pacientes
portadores de câncer colorretal e tumores primários de apêndice, tumores
mucinosos e pseudomixoma.
Na ocasião, o estágio aconteceu no mês de fevereiro, no serviço
de tumores avançados do The Christie NHS Foundation Trust, que atende pacientes
de câncer colorretal e tumores primários de apêndice, tumores mucinosos e
pseudomixoma.
A instituição recebe pacientes residentes no norte da
Inglaterra, Escócia e Irlanda, com diagnóstico de carcinomatose peritoneal de
sítio primário colorretal, pseudomixoma ou tumores avançados que precisam de
tratamento cirúrgico.
Carcinomatose Peritoneal
A carcinomatose peritoneal é a disseminação de um câncer pela
cavidade abdominal. A doença sai de seu órgão de origem e se espalha pelo
peritônio, membrana de revestimento interno do abdome.
A carcinomatose pode se originar em órgãos como ovário, apêndice,
intestino grosso (colón), reto, pâncreas, estômago, mama e primariamente do
peritônio.
De acordo com o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião oncológico
especializado em doenças do peritônio e coordenador do centro de carcinomatose
peritoneal dos hospitais BP e BP Mirante, da Beneficência Portuguesa de São
Paulo, antigamente não havia qualquer expectativa de cura para o paciente com
carcinomatose peritoneal, que levava à morte em decorrência de complicações,
como a obstrução intestinal.
Hoje em dia, com as técnicas existentes, profissionais em
constante capacitação e hospitais de referência para o tratamento da
carcinomatose, o prognóstico pode ser diferente.
“Com o advento da cirurgia denominada peritoniectomia (cirurgia
citorredutora) e a técnica de quimioterapia quente no abdome no
intraoperatória, chamada quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC),
alguns pacientes chegam à cura da carcinomatose. Outros, podem ser beneficiados
com sobrevidas muito mais longas”, afirma.