Tumores Raros
Câncer Gástrico

A carcinomatose peritoneal é a disseminação de um câncer pela cavidade peritoneal, que é a membrana interna que reveste o abdômen. Ou seja, a doença sai de seu órgão de origem e se espalha. Até 30% dos pacientes com câncer, conforme sua localização inicial, poderão desenvolver metástase peritoneal ao longo de sua doença.

Diversos tumores primários no corpo humano podem levar a um câncer peritoneal, mas os tumores do trato gastrointestinal, como os de intestino grosso, reto, pâncreas ou estômago, e de ovários, nas mulheres, são os mais comuns. A carcinomatose também pode se originar em órgãos como apêndice e também primariamente no peritônio.

Há casos incomuns, nos quais a carcinomatose tem origem em um tumor não habitual, como o câncer de mama do subtipo lobular, que evolui com carcinomatose peritoneal a partir de um sítio primário mamário, ou seja, totalmente extra-abdominal. Tumores primários do úraco, tumores ginecológicos mais raros, como sarcomas ginecológicos ou tumores endocervicais do colo do útero, também podem originar a carcinomatose, assim como o mesotelioma maligno e o pseudomixoma peritoneal.

O mesotelioma maligno é uma doença rara, diagnosticada em cerca de 1 a 3 pacientes a cada um milhão de pessoas por ano. A doença é três vezes mais comum em homens e o risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, geralmente após os 60 anos.

O pseudomixoma peritoneal (PMP) é outro subtipo raro de câncer peritoneal. A maioria dos relatórios sugerem que a incidência da doença seja de 1 a 2 pacientes por um milhão de pessoas por ano, sendo um pouco maior entre as mulheres. A doença é caracterizada pela produção e acúmulo de muco na cavidade abdominal.

Cirurgia de alta complexidade

Até pouco tempo atrás, não havia qualquer expectativa de cura para o paciente com carcinomatose peritoneal, que levava à morte em decorrência de complicações, como a obstrução intestinal.

Hoje, a situação é diferente. Por este motivo, mesmo em situações raras, especialistas devem suspeitar sempre da carcinomatose peritoneal, independentemente da localização inicial do câncer.

A cirurgia para a carcinomatose é extremamente agressiva e de alta complexidade, sendo comparada a um transplante de órgãos. Porém, com as técnicas existentes e os profissionais em constante capacitação, realizada em hospitais de referência para o tratamento da carcinomatose, o prognóstico pode ser bem diferente.

No procedimento, busca-se retirar toda a doença, o que pode levar muitas horas. O paciente passa alguns dias na UTI e depois segue internado por mais algum tempo, até a alta hospitalar.