Beneficência Portuguesa realiza procedimento inédito no Brasil de quimioterapia aerossolizada com a presença de cirurgião
A PIPAC é uma cirurgia minimamente
invasiva, na qual um spray de quimioterápicos é aplicado, por laparoscopia, com
o objetivo de penetrar mais profundamente nos tecidos. O spray aerossolizado
potencializa os efeitos da quimioterapia, oferecendo baixa morbidade,
recuperação rápida e possibilidade de procedimentos repetidos.
A técnica foi
realizada na Beneficência Portuguesa, em São Paulo, pela primeira vez em 2018,
pela equipe do Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, coordenador
do Centro de Doenças Peritoneais da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Foi a primeira vez que o procedimento
acontecia em São Paulo, segunda vez no país. Desde então, a sala de cirurgia é
preparada especialmente para a PIPAC, garantindo a segurança do paciente e de
todos os profissionais envolvidos. Para isso, são necessários pressão negativa,
ventilação de fluxo de ar unidirecional e portas de vedação hermética.
Durante a monitorização do paciente, toda
a equipe permanece fora da sala de cirurgia, de onde o procedimento é
controlado. Desta vez, no entanto, o Dr. Arnaldo permaneceu dentro da sala, com
os devidos equipamentos de segurança, permitindo que pudesse acompanhar todo o
processo de perto. Esta foi a primeira vez em que ocorreu uma PIPAC no Brasil
com a presença do médico dentro da sala de procedimento.
A presença do cirurgião dentro da sala
permitiu que ele pudesse mover a caneta da PIPAC para que a quimioterapia
pudesse penetrar mais homogeneamente em todas as partes do abdômen.
“Melhoramos ainda mais a qualidade da
PIPAC através da movimentação manual da caneta, que permanece fixa em uma mesma
posição quando estamos todos fora da sala”, avalia o Dr. Arnaldo.
O especialista explica que a PIPAC é uma
excelente alternativa, porém indicada apenas a alguns pacientes específicos,
que não têm indicação da cirurgia tradicional para a retirada da carcinomatose e desde que não tenham metástases à distância.
“O
objetivo é paliar a ascite e, em alguns casos, reduzir a doença, podendo tornar
o paciente elegível para cirurgia radical no futuro”, explica.
Após finalizado o processo, todos os
suprimentos localizados no campo cirúrgico são descartados, seguindo o
procedimento de descarte rotineiro de materiais contaminados do hospital.