Câncer colorretal: assim como Simony, Preta Gil confirma diagnóstico da doença
O câncer
colorretal, também conhecido como câncer de intestino, abrange tumores que
acometem um segmento do intestino grosso, o cólon e o reto. A origem de grande
parte destes tumores são pólipos que crescem na parede interna do intestino
grosso.
De acordo
com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022 estavam previstos mais de 45
mil novos casos de câncer colorretal e quase 21 mil mortes pela doença. A boa
notícia é que este câncer tem grandes chances de cura quando diagnosticado e
tratado precocemente.
O câncer
colorretal pode ser prevenível e detectado precocemente. Basta seguir algumas
orientações simples, que incluem medidas dietéticas, farmacológicas e exames
preventivos.
A primeira
orientação é ficar atento ao consumo de água ao longo do dia, evitar alimentos
embutidos e manter uma dieta rica em fibras e verduras. A prática de atividade
física regular também contribui para a diminuição da incidência de câncer
colorretal.
Há medidas
farmacológicas, que incluem medicamentos que minimizam o risco de câncer
colorretal. Mas isso deve ser feito com orientação médica, pois os mesmos
medicamentos utilizados para prevenir o câncer colorretal e reduzir a formação
de pólipos, podem ocasionar lesões gastrointestinais.
Sintomas
e diagnóstico
“As
pessoas já estão acostumadas a realizar consultas e exames com foco na
prevenção do câncer de próstata, câncer de mama e outras doenças graves, mas
pouco se fala sobre o câncer colorretal”, alerta o Dr. Arnaldo Urbano,
destacando que este é o terceiro câncer mais incidente, tanto em homens como em
mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma e do câncer de próstata,
nos homens, e de mama, nas mulheres.
A maneira mais fácil de diagnosticar
o câncer colorretal é a colonoscopia. Isso porque o exame é capaz de detectar a
doença antes mesmo de seu início. O exame pode detectar um
pólipo, que somente depois de alguns anos, se não removido, poderá se
transformar em câncer. Pode, também, detectar a doença em estágio inicial,
quando ainda não oferece nenhum sintoma.
Mesmo
em estágio mais avançado, os sintomas podem ser bastante inespecíficos,
dificultando o diagnóstico. Mudança do hábito intestinal, que passa a
apresentar constipação ou diarreia, presença de sangue nas fezes, fezes mais
escurecidas ou a sensação de querer evacuar, mas não conseguir são alguns
deles.
Outro
sintoma que deve servir de alerta é a presença de massa abdominal palpável,
dores abdominais constantes, anemia sem diagnóstico ou perda de peso não
intencional, principalmente em pacientes acima de 45 anos.
Todos estes sintomas podem estar relacionados a diversas outras causas, mas seja qual for, devem ser investigados. Quando antes o diagnóstico for realizado, maiores as chances de cura.
A
colonoscopia
Segundo o
Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião geral e oncológico, coordenador
do Centro de Doenças Peritoneais da Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP,
um pólipo demora alguns anos para se transformar em câncer. Assim, a realização
da colonoscopia regularmente pode detectar os pólipos ou a doença ainda em
estágio inicial.
“Todas as
pessoas sem fatores de risco, a partir dos 45 anos de idade, devem realizar a
primeira colonoscopia. A partir deste, se não houver nenhuma
anormalidade, o exame poderá ser repetido em até 5 anos, ou conforme a
orientação do médico. Caso sejam encontrados pólipos, a repetição do
exame normalmente é feita após um ano, para comprovar que não nasceram outros
pólipos e que aquele pólipo ressecado não voltou”.
No caso de
histórico da doença na família, explica o especialista, a recomendação é que a
primeira colonoscopia seja realizada 10 anos antes do primeiro caso, ou seja,
se alguém teve câncer colorretal aos 50 anos, os demais familiares devem
realizar o exame a partir dos 40 anos. Estando tudo bem, o rastreamento deve
ser repetido a cada três anos.
A importância do preparo
A
colonoscopia não é isenta de riscos. Pode haver sangramento ou perfuração de
órgãos, por isso, o exame deve ser realizado por profissional especializado,
com sedação e preparo intestinal adequado.
Por
isso, também, não se deve fazer mais exames do que o necessário e sempre seguir
corretamente as instruções do preparo antes da realização do exame.
“As
pessoas devem conhecer a importância de realizar a colonoscopia e não deixem de
realizar assim que tiverem a indicação médica. O câncer colorretal, quando
diagnosticado precocemente, é muito mais simples de tratar e as chances de cura
são muito maiores. Quanto mais tardiamente acontecer o diagnóstico, mais
difícil será o tratamento”, explica o Dr. Arnaldo.
Os
eventos adversos no procedimento são bastante raros, afirma o cirurgião. Nos
melhores serviços, acontecem em cerca de um a cada 4.500 exames. Ainda assim, o
número é alto se compararmos a exames como toque retal, para a prevenção do
câncer de próstata, ou a mamografia, para o câncer de mama, praticamente
isentos de risco.
Por
este motivo, a escolha do local onde será realizado o exame e dos profissionais
que acompanham o paciente em caso de intercorrências é sempre muito importante.